Esta entrevista foi realizada por Mirian Rosseto, para o projeto Lunatos, na divulgação do 1° Festival Gótico do Brasil, o WOODGOTHIC. Quem já vui é uma ótima oportunidade para relembrar, quem não viu é uma oportunidade mais que excelente de conhecer, ouvir, se envolver e no fim catar uvas e retirar as teias de aranha do ar curtinho esta que é uma das maravilhosas bandas do cenário gótico nacional.
[Não sabe o que é o Gótico? Leia o F.A.Q. sobre as principais dúvidas sobre o gótico no link: http://cenamorta.blogspot.com/2008/08/faq-perguntas-frequentes-sobre-cena.html]
A banda surgiu de um adensamento de experiências sonoras ocorridas no decorrer de 8 anos de convivência musical entre o casal Karolina e Zafiro. Através da guerra gerada entre sentidos e fenômenos, da inescrutabilidade do objeto, da náusea e da angústia decorrentes, surgiu a concepção de um símbolo estridente; do paradoxo da rejeição vencida, do filho monstruoso, surgiu o termo. Através de um símbolo dilacerado, através de interferência elétricas, singrou a vontade e a dor, na busca de beleza musical. Escarlatina ferve, impõe, é essencialmente o limite congênito da liberdade. É o abismo recôndito, esquecido sob toneladas de água, privado de luz, onde os peixes sem olhos dançam a valsa de neon.
Quem melhor para definir a banda Escarlatina Obsessiva do que a própria? Em entrevista ao programa Mask, Zafiro disse: "A Escarlatina vêm desenvolvendo uma sonoridade, buscando nosso estilo. A gente não pode dizer que é pos punk, gótico ou outra coisa, porque a gente ainda está desenvolvendo a nossa sonoridade (...). A Escarlatina é um fenômeno que está nascendo, não tem uma definição (...)"
Nascida na cidade de São Thomé das Letras, eles chegam pintando os bares de preto enquanto tocam suas batidas e convertem, até mesmo os mais conservadores, em vampiros e amantes do obscuro. Eles transformam o woodstock em WoodGothic e provam que a cena gótica brasileira não morreu.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esta banda maravilhosa.
Zafiro: Guitarra, teclado e sintetizadores
Karolina: Vocal e Baixo
1.Quando e Como foi o início da banda?
O início da banda foi em 2006. Na verdade, já tocávamos antes, mas somente em casa. Decidimos formar a banda e logo em seguida começamos a tocar em nossa cidade. Fizemos dezenas de shows na casa Gothland, que é a única casa underground de São Thomé das Letras. Na verdade, já tocávamos antes, mas somente em casa. Zaf já tocava há 15 anos, e decidiu formar a banda com sua esposa e parceira, K, que tocava baixo há 7 anos e aprendeu a cantar, já que a banda estava carente de um vocalista. O fato de sermos casados alavancou nosso entrosamento e possibilitou a gravação do primeiro álbum, Chants of Lethe... e o segundo vem por aí, ainda neste ano.
2.Por que escolheram o nome Escarlatina Obsessiva para a banda?
O nome foi escolhido como símbolo de dualidade; uma metáfora da “contra-posição”. Escarlatina é tudo o que representa a matéria, Obsessão é sua conseqüência, seus limites, e a ânsia eterna por transpô-los (movimento do qual desconhecemos o sentido, apesar de notarmos a direção). Um símbolo do “real”, ou a tentativa de construir o símbolo. Mais definidamente, a “expressão da tentativa”, no que diz respeito também à sonoridade, à construção musical da banda, na busca da “nova linguagem”; da expressão do “irrepresentável”. Fundamentando-se, destarte, na inexistência do “fixo” e do “verdadeiro”, e sobre a impossibilidade de uma afirmação “externa”, “Universal”, relacionando-se pura e simplesmente, essencialmente, apenas com o “ponto de partida”, e não com qualquer “ponto de chegada”, dada a consciência da inconsistência histórica da possibilidade do “afirmar”, ou seja, propor verdades.
3.Quais suas principais influências?
Nossas principais influências são, principalmente, o post punk inglês dos anos 80, assim como o punk rock 70’s e 80’s, além dos compositores Beethoven, Bach ,Wagner, Vivaldi e Mendelssohn. Também nos influenciam os pássaros, as melodias da chuva e do vento, os pequenos e grandes ruídos cotidianos.
4. Quais os principais temas abordados nas músicas e quem as escreve?
Zaf tem escrito as letras. Em sua maioria, são quadros simbólicos, representativos. Talvez não se encontre nas letras nenhum caminho definitivo, mas indicações, em forma de “colagens”. Idéias como personagens em um cena, sem inicio nem fim, inseridas em lacunas. Aromas e cores vestidos de sentimentos, e vice-versa. Nuances, entrelinhas. Num conjunto, apenas a linha limite. O que resulta de uma frase no “espírito”, não o que ela representa como verdade. Oscilações e náusea, nenhuma linha reta na Natureza. Nenhuma unidade. Como o nome, apenas “pontos de partida”; enfim, existem no mundo seis bilhões de interpretações. As cores mudam de olho para olho. Perfumes com seis bilhões de aromas! Portanto, indicações para seis bilhões de caminhos.
5.Vocês têm projetos fora da banda? Quais são?
Nosso único projeto fora da Escarlatina Obsessiva é o Festival Woodgothic.
6.Como é a cena na cidades de vcs?
A cena na nossa cidade, Sáo Thomé das Letras, era bem insignificante, até começarmos a tocar, durante todo o ano de 2006, na casa Gothlands, reunindo assim simpatizantes e apreciadores da cena post punk e punk (simpatizantes esses que sempre estavam entre os visitantes da cidade, que é uma cidade turística). Foi pela nossa surpresa com a aceitação do público em 2006, que visualizamos o potencial da cidade para a realização de um evento que focalizasse a cena underground post punk, gótica e darkwave nacional. A esperança é que São Thomé finalmente entre no circuito underground nacional.
7.O que vcs têm a dizer sobre a cena nacional?
A cena nacional, no nosso ponto de vista, está prenhe de potencial. Vemos algumas bandas com reconhecimento internacional e outras que despontam aqui no Brasil pelo trabalho, pela criatividade e força nas composições, além da força de vontade que é necessária para que todo projeto vá para frente. Acreditamos que a cena no Brasil exista e que seja muito rica, pelo que vemos através do trabalho das bandas underground nacionais.
8.Como se sentem sendo uma das bandas que tocará no WoodGothic?
Na verdade, ainda não tivemos essa sensação, já que não fomos convidados para tocar no festival (risos)...Nós estamos mais do outro lado da coisa, organizando, e ainda não tivemos o tempo para pensar e sentir como banda (risos). Talvez só em cima do palco mesmo.
9.O que vcs acham do festival e sua repercussão dentro da cena nacional?
Pela repercussão que estamos tendo até o presente momento, para nós, o Festival já é um sucesso. A intenção de focalizar os olhares para um ponto comum, que as bandas dividissem, foi alcançada, e isso, para nós, já é motivo de comemoração; enfim, já vale o esforço como delineamento de uma cena underground nacional. Sem contar que os 2 dias de shows serão inesquecíveis.
10.Deixem algumas palavras aos leitores...
Dias 2 e 3 de Maio não deixem de prestigiar o festival Woodgothic São Thomé das Letras 2008. Um festival em prol da arte nacional.
Saiba mais sobre a banda nos links:
Myspace: http://www.myspace.com/escarlatinaobsessiva
Blog: http://escarlatinaobsessiva.blogspot.com/
Site Russo: http://gothicrock.ru/din/e107_plugins/content/content.php?content.122
Quer conferir a entrevista no programa Mask? Acesse: http://www.programamask.com/
[Não sabe o que é o Gótico? Leia o F.A.Q. sobre as principais dúvidas sobre o gótico no link: http://cenamorta.blogspot.com/2008/08/faq-perguntas-frequentes-sobre-cena.html]
A banda surgiu de um adensamento de experiências sonoras ocorridas no decorrer de 8 anos de convivência musical entre o casal Karolina e Zafiro. Através da guerra gerada entre sentidos e fenômenos, da inescrutabilidade do objeto, da náusea e da angústia decorrentes, surgiu a concepção de um símbolo estridente; do paradoxo da rejeição vencida, do filho monstruoso, surgiu o termo. Através de um símbolo dilacerado, através de interferência elétricas, singrou a vontade e a dor, na busca de beleza musical. Escarlatina ferve, impõe, é essencialmente o limite congênito da liberdade. É o abismo recôndito, esquecido sob toneladas de água, privado de luz, onde os peixes sem olhos dançam a valsa de neon.
Quem melhor para definir a banda Escarlatina Obsessiva do que a própria? Em entrevista ao programa Mask, Zafiro disse: "A Escarlatina vêm desenvolvendo uma sonoridade, buscando nosso estilo. A gente não pode dizer que é pos punk, gótico ou outra coisa, porque a gente ainda está desenvolvendo a nossa sonoridade (...). A Escarlatina é um fenômeno que está nascendo, não tem uma definição (...)"
Nascida na cidade de São Thomé das Letras, eles chegam pintando os bares de preto enquanto tocam suas batidas e convertem, até mesmo os mais conservadores, em vampiros e amantes do obscuro. Eles transformam o woodstock em WoodGothic e provam que a cena gótica brasileira não morreu.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esta banda maravilhosa.
Zafiro: Guitarra, teclado e sintetizadores
Karolina: Vocal e Baixo
1.Quando e Como foi o início da banda?
O início da banda foi em 2006. Na verdade, já tocávamos antes, mas somente em casa. Decidimos formar a banda e logo em seguida começamos a tocar em nossa cidade. Fizemos dezenas de shows na casa Gothland, que é a única casa underground de São Thomé das Letras. Na verdade, já tocávamos antes, mas somente em casa. Zaf já tocava há 15 anos, e decidiu formar a banda com sua esposa e parceira, K, que tocava baixo há 7 anos e aprendeu a cantar, já que a banda estava carente de um vocalista. O fato de sermos casados alavancou nosso entrosamento e possibilitou a gravação do primeiro álbum, Chants of Lethe... e o segundo vem por aí, ainda neste ano.
2.Por que escolheram o nome Escarlatina Obsessiva para a banda?
O nome foi escolhido como símbolo de dualidade; uma metáfora da “contra-posição”. Escarlatina é tudo o que representa a matéria, Obsessão é sua conseqüência, seus limites, e a ânsia eterna por transpô-los (movimento do qual desconhecemos o sentido, apesar de notarmos a direção). Um símbolo do “real”, ou a tentativa de construir o símbolo. Mais definidamente, a “expressão da tentativa”, no que diz respeito também à sonoridade, à construção musical da banda, na busca da “nova linguagem”; da expressão do “irrepresentável”. Fundamentando-se, destarte, na inexistência do “fixo” e do “verdadeiro”, e sobre a impossibilidade de uma afirmação “externa”, “Universal”, relacionando-se pura e simplesmente, essencialmente, apenas com o “ponto de partida”, e não com qualquer “ponto de chegada”, dada a consciência da inconsistência histórica da possibilidade do “afirmar”, ou seja, propor verdades.
3.Quais suas principais influências?
Nossas principais influências são, principalmente, o post punk inglês dos anos 80, assim como o punk rock 70’s e 80’s, além dos compositores Beethoven, Bach ,Wagner, Vivaldi e Mendelssohn. Também nos influenciam os pássaros, as melodias da chuva e do vento, os pequenos e grandes ruídos cotidianos.
4. Quais os principais temas abordados nas músicas e quem as escreve?
Zaf tem escrito as letras. Em sua maioria, são quadros simbólicos, representativos. Talvez não se encontre nas letras nenhum caminho definitivo, mas indicações, em forma de “colagens”. Idéias como personagens em um cena, sem inicio nem fim, inseridas em lacunas. Aromas e cores vestidos de sentimentos, e vice-versa. Nuances, entrelinhas. Num conjunto, apenas a linha limite. O que resulta de uma frase no “espírito”, não o que ela representa como verdade. Oscilações e náusea, nenhuma linha reta na Natureza. Nenhuma unidade. Como o nome, apenas “pontos de partida”; enfim, existem no mundo seis bilhões de interpretações. As cores mudam de olho para olho. Perfumes com seis bilhões de aromas! Portanto, indicações para seis bilhões de caminhos.
5.Vocês têm projetos fora da banda? Quais são?
Nosso único projeto fora da Escarlatina Obsessiva é o Festival Woodgothic.
6.Como é a cena na cidades de vcs?
A cena na nossa cidade, Sáo Thomé das Letras, era bem insignificante, até começarmos a tocar, durante todo o ano de 2006, na casa Gothlands, reunindo assim simpatizantes e apreciadores da cena post punk e punk (simpatizantes esses que sempre estavam entre os visitantes da cidade, que é uma cidade turística). Foi pela nossa surpresa com a aceitação do público em 2006, que visualizamos o potencial da cidade para a realização de um evento que focalizasse a cena underground post punk, gótica e darkwave nacional. A esperança é que São Thomé finalmente entre no circuito underground nacional.
7.O que vcs têm a dizer sobre a cena nacional?
A cena nacional, no nosso ponto de vista, está prenhe de potencial. Vemos algumas bandas com reconhecimento internacional e outras que despontam aqui no Brasil pelo trabalho, pela criatividade e força nas composições, além da força de vontade que é necessária para que todo projeto vá para frente. Acreditamos que a cena no Brasil exista e que seja muito rica, pelo que vemos através do trabalho das bandas underground nacionais.
8.Como se sentem sendo uma das bandas que tocará no WoodGothic?
Na verdade, ainda não tivemos essa sensação, já que não fomos convidados para tocar no festival (risos)...Nós estamos mais do outro lado da coisa, organizando, e ainda não tivemos o tempo para pensar e sentir como banda (risos). Talvez só em cima do palco mesmo.
9.O que vcs acham do festival e sua repercussão dentro da cena nacional?
Pela repercussão que estamos tendo até o presente momento, para nós, o Festival já é um sucesso. A intenção de focalizar os olhares para um ponto comum, que as bandas dividissem, foi alcançada, e isso, para nós, já é motivo de comemoração; enfim, já vale o esforço como delineamento de uma cena underground nacional. Sem contar que os 2 dias de shows serão inesquecíveis.
10.Deixem algumas palavras aos leitores...
Dias 2 e 3 de Maio não deixem de prestigiar o festival Woodgothic São Thomé das Letras 2008. Um festival em prol da arte nacional.
Saiba mais sobre a banda nos links:
Myspace: http://www.myspace.com/escarlatinaobsessiva
Blog: http://escarlatinaobsessiva.blogspot.com/
Site Russo: http://gothicrock.ru/din/e107_plugins/content/content.php?content.122
Quer conferir a entrevista no programa Mask? Acesse: http://www.programamask.com/